quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

WAYNE'S WORLD 2 (1993)


Muitos acharam que a adaptação do quadro do programa "Saturday Night Live" da TV americana teria vida curta, mas um ano após a estréia de "Wayne's World", chegou aos cinemas a sua segunda parte. Como toda sequência, "Wayne's World 2" teve o desafio de superar o antecessor ou correr o sério risco do fracasso. Mas não foi o que aconteceu.

Desta vez, Wayne se pergunta: há vida após o cabo? Eis que ele recebe a resposta em um sonho, onde Jim Morrison acompanhado do índio mudo diz: "faça um concerto de rock". Wayne e Garth então resolvem realizar o festival com o sugestivo nome de "Waynestock" na sua cidade, Aurora. Assim como no primeiro, eles se metem em várias situações: enquanto procuram ajuda para realizar o show, o produtor musical (Christopher Walken) de sua namorada (Tia Carrere) está interessado em casar e levá-la pra Los Angeles. Wayne precisa além de realizar o festival, recuperar sua namorada (Tia Carrere) e evitar o casamento, enquanto Garth encara as investidas da ninfomaníaca Honey Hornée (Kim Basinger) e recruta as pessoas mais estranhas pro staff do festival.

"Wayne's World 2" menciona e satiriza ao longo da história clichês de romances, filmes chineses de artes marciais, como na cena em que Wayne conhece o pai de Cassandra, e cenas existentes em outros filmes - vide The Doors e o índio que acompanha Morrison -, o então recente "Telma e Louise" e sobra piada até pro Village People. Apesar das semelhanças com o primeiro filme, a sequência não foi de nenhum modo repetitiva e inclusive se reciclou através das sátiras que aparecem a todo momento. Para muitos, "Wayne's World 2" é melhor que o primeiro e contou com um elenco repleto de participações especiais, como Kim Basinger, Kevin Pollak, Chris Farley (outra revelação do Saturday Night Live, da TV americana), Drew Barrymore, Jay Leno, Charlton Heston, Ed O'Neill (famoso como Al Bundy, de "Married With Children") e o Aerosmith, que toca no "Waynestock", comprovando o sucesso do filme.

Para o canadense Mike Myers, as duas partes de "Wayne's World" serviram como um divisor de águas em sua carreira. Desde então, Myers participou de vários filmes como "Austin Powers" e "Shrek" (na voz do personagem principal). Dana Carvey continuou sua carreira como humorista na TV americana e um dos principais nomes do "Saturday Night Live", de onde surgiu o quadro, antes de chegar ao cinema.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

WAYNE'S WORLD (1992)


Conhecido no Brasil pelo nome de “Quanto Mais Idiota Melhor”, que de longe é a pior tradução já feita para filmes estrangeiros no Brasil, “Wayne’s World” é estrelado e escrito por Mike Myers (no papel de Wayne Campbell e fã declarado de Aerosmith) e Dana Carvey (o amigo de Wayne, Garth Algar). A comédia chegou aos cinemas na América do Norte em fevereiro de 1992 e foi um sucesso de bilheteria.

Wayne é um típico fã de heavy metal que vive no subúrbio de Chicago, decide transmitir um programa de TV via cabo direto do porão da sua casa e chama seu melhor amigo, o excêntrico Garth, pra apresentar junto com ele. O programa ganha popularidade até chegar ao ponto de chamar a atenção de Ben Oliver, um executivo da televisão que oferece a Wayne e Garth um contrato gordo com direito a patrocínio milionário para transmitir o programa no seu canal.

Com o programa sendo transmitido em rede nacional, eles sentem o gosto da fama, Wayne fica apaixonado por Cassandra Wong, uma belíssima chinesa/americana vocalista de uma banda de rock (estrelada pela havaiana Tia Carrere) e acabam descobrindo rapidamente que a estrada rumo ao estrelato é cheio de confusões, perigos, tentações e muitas oportunidades para ir a festas repletas de beldades e astros do rock.

Como todo bom filme de “comédia rock”, a trilha sonora é de muito bom gosto e, no caso de “Wayne’s World”, traz a participação especial de Alice Cooper. Uma das cenas clássicas acontece logo no início do filme quando os caras estão no carro, um deles completamente bêbado indo pra noitada e cantam - ou melhor, berram - “Bohemian Rhapsody” do Queen.

A comédia pode ser considerada um marco nos filmes que mesclam comédia e rock, tanto quanto o pioneiro Spinal Tap de 1984. O roteiro e a história do filme mergulham direto no mundo do rock. O sucesso foi tão grande que no ano seguinte foi produzido a continuação do filme, assim como alguns anos mais tarde o cinema americano passaria a produzir, mesmo que esporadicamente, filmes com temática semelhante a de “Wayne’s World”, vide o exemplo de “Os Cabeças de Vento”, de 1994.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

ABOUT SUICÍDIO

Descobri recentemente que o suicídio é, além de uma fraqueza absurda, também tirar sarro da humanidade. As sociedades humanas se organizam em torno do surgimento da preservação e do prolongamento da vida. Vive-se cada vez mais e melhor. E aí você resolve cagar e andar pra tudo e se mata.

Gosto de criar polêmica. Em iniciar debates e discussões acaloradas, pra depois estar rindo da cara dos outros porque não chegam ao denominador comum, os dedos ficam em riste, a mesa fica uma gritaria digna de estádio de futebol e a porrada come por pouco. Então, nada mais justo que a minha morte seja coerente com este meu barato. E o suicídio cumprirá muito bem a função de me consagrar como polemista. Uns vão dizer que eu era doente. Um louco. Outros dirão que eu era imaturo, que não sabia lidar com a vida. Os religiosos – mais especificamente os cristãos – dirão que eu me matei porque “não tinha Deus e Jesus no coração” e muitos vão jogar a culpa na minha coleção de discos de heavy metal. Quando souberem das minhas bandas prediletas, vão dissecar as letras com o intuito de achar indícios de incitação á violência, suicídio e blasfêmia.

Mas analisando bem, creio que eu não preciso do suicídio para isto. Já há um monte de gente que me considera louco, doente, estúpido, radical e com sérios problemas espirituais (talvez mentais). Os que não me conhecem vão me rotular como imbecil. O bom é que vão discutir exaustivamente e nunca saberão os motivos essenciais do meu suicídio.

Também considero o suicídio uma afirmação de ateísmo. As três grandes religiões monoteístas condenam veementemente o suicídio. Para elas só Deus pode conceder e retirar a vida de alguém. Como não acredito muito nisso, não dou a mínima. Se eu parto do princípio de deixar de existir quando bem entender, tenho mais é que meter ficha, cair dentro. Os crentes dirão que eu fui possuído pelo demônio, que deveriam ter me levado pra sessão do descarrego ou evocarão o conceito de livre-arbítrio para explicar porque fui eu – e não o Criador – quem decidiu pelo fim da minha vida. Pra mim o livre-arbítrio sempre foi um conceito fabricado para tirar o de Deus da reta.

O pior é que os religiosos não levam isto de deus conceder e retirar a vida a sério. Vários muçulmanos se matam – e ainda matam outros indivíduos – em ataques terroristas. Nunca entendi direito essa contradição, como tantas outras nas religiões. Eu ainda penso que haverá, em breve, por conta do fundamentalismo cristão, evangélico-bomba. Eu sou um dos potenciais alvos: roqueiro, herege, iconoclasta, debochado. Deve ser interessante morrer vitima de ataque terrorista praticado por um radical religioso ou melhor, ter uma “fatwa” me jurando de morte.

Mas tudo bem. Só de lembrar do Vale dos Suicidas na novela “A Viagem”, do Alexandre doidaraço de ódio com aquele moletom preto, das praias de Natal, a nudez da Flávia Alessandra, Viviane Araújo e da Mari Alexandre e as atitudes do idiota do Kurt Cobain, já são o suficiente pra desistir da idéia de cometer suicídio. E não me venham com cicuta, cianureto, pulsos cortados (por que nego num corta logo a jugular? Num é mais fácil?) e idiotices afins. Prefiro a “fatwa” do evangélico-bomba.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

CAMINHOS TORTUOSOS

Muitas pessoas me perguntam a respeito dos shows do Vox Mortem, sobre quando rolará o próximo, por onde temos tocado. Muitas das pessoas não tem idéia do que acontece, outras tem um mínimo de noção da realidade ingrata que é ter uma banda de heavy metal no Brasil - e ainda mais no Rio - e nenhuma delas vão aos shows.

De qualquer forma, não culpo ninguém. Não gostaria de tocar pra pessoas que não gostam ou que não tem a mínima idéia do que está acontecendo no palco e agradeço pela consideração das perguntas. Além do mais, o público de heavy metal no Rio de Janeiro é precário, a cidade que ainda cisma em ser a capital cultural do Brasil (que pra mim é SP ou Nova York, onde há espaço pra tudo e pra todos) carece de bons clubes pra tocar, a falta de espaço enorme para as bandas undergrounds e as poucas casas que prestam o serviço de abrir as portas pra bandas de rock, permanecem numa mentalidade tacanha, mesquinha e até mesmo preconceituosa.

A mentalidade correta seria da seguinte forma: o dono da casa, cujo interesse é de vender e ver sua casa cheia, deveria abrir espaço para as bandas/artistas já que elas trariam com seus shows, novos clientes e consumidores pro estabelecimento. Assim, todos saem ganhando adeptos: a banda, novos fãs e o bar, novos freqüentadores. Mas o que se vê o tempo todo é o dono do estabelecimento cobrando taxas absurdas das bandas/artistas ou venda de ingressos. Não sei onde que esses caras enxergam grana fácil, visto que músico precisa na maioria esmagadora das vezes, ter emprego paralelo pra sobreviver e leva prejuízo direto. Nem vale citar o exemplo de quem toca heavy metal, as ovelhas negras que trilham pelos caminhos mais tortuosos da cena alternativa.

Seria muito legal tocar em lugares com o mínimo de estrutura e inclusive respeito, tanto para os músicos como para os espectadores. Mas infelizmente a coisa não acontece dessa forma. É o preço que se paga por trilhar caminhos alternativos numa cidade mesquinha, fútil, elitista e sedenta por modismos vazios e saudosismos baratos. Coisas da vida.