segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

RINITES DE MUDANÇA!

SAUDAÇÕES A TODOS!!

QUEM POR UM ACASO CHEGOU AQUI PARA SABER ALGO SOBRE ESSA MALDITA ALERGIA E ENCONTROU UM BLOG QUE FALA SOBRE ROCK AND ROLL, O MESMO ESTÁ DE CASA NOVA.

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CHEERS!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

POR ONDE ANDAM OS ENFEITES?


Quando a época de Copa do Mundo se aproxima, mutirões se organizam para uma missão que não se resume apenas em torcer: enfeitar as ruas com as cores do Brasil. O mais interessante é que a copa coincide com uma das nossas maiores manifestações populares, as festas juninas. Mas uma pergunta martela na minha cabeça: por onde andam os enfeites?.

Ando pelos bairros da zona norte do Rio de Janeiro - onde essa tradição é muito mais latente e onde o Rio é genuinamente mais carioca - e percebo que não há muitas ruas enfeitadas, poucas bandeirinhas ou muros pintados. Consequentemente há menos mutirões que transformam a tarefa de enfeitar as ruas pra Copa numa festa à parte, com direito a churrasco, comilança e cervejadas..

Ao mesmo tempo em que acho esse fato um tanto quanto triste, vejo também como um reflexo de um povo que não reagiu bem à lista dos convocados e não deposita lá muitas esperanças e confianças no time que o Brasil leva pra África. A reprovação e a desconfiança estão, literalmente, nas ruas do país.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A MÁGICA ACABOU


Faz mais de um dia mas só agora é que finalmente paro pra tentar escrever sobre a morte de um ídolo que marcou a minha vida e de muitos head bangers mundo afora: Ronnie James Dio. A dor é grande, um vazio imenso se instalou não só em mim, mas no mundo do heavy metal com a perda de um ícone gigantesco como Dio.


As reações parecem ser as mesmas: estarrecidos, pasmos e muito, mas muito tristes com a perda de uma pessoa que personificava o heavy metal, com 60 anos de idade. A sensação é de que perdemos um ente querido, um amigo, uma pessoa próxima da gente. E porque não pensar que Dio era isso tudo mesmo?


Não importa se ele estava no Black Sabbath, no Rainbow ou na carreira solo, ele marcou e esteve presente na vida de muitas gerações, nos bares, nas festas, nos estúdios, nas garagens e até mesmo nos nossos quartos(eu mesmo tinha um poster enorme), seja com sua voz ou com a sua imagem marcante fazendo sempre o "horns up", que mais tarde viríamos a saber que era o "maloik" que sua avó fazia pra espantar mau olhado e acabou se transformando na saudação símbolo da comunidade do heavy metal.


Dio é eterno. E ninguém tem o direito de ousar se intitular "rei do metal", pois esse lugar já tem dono. Todas as homenagens não serão suficientes, tamanha foi a contribuição deste homem para a música. Sua dedicação aos fãs, seu carisma, seu talento, sua personalidade - um verdadeiro cavalheiro - e jeito de ser que vinha até nós através das entrevistas e dos encontros nos shows acabou se provando verdade através dos depoimentos de quem conviveu muito próximo dele. Confesso que o Dio é talvez o único caso em que eu realmente acredito que amava os seus fãs de verdade.


O dia 16 de maio foi o mais triste da história do heavy metal. Apesar da dor e do vazio imenso, cabe a nós, fiéis admiradores do mestre, ter como missão levar adiante sua obra que está a nossa disposição. Dio é eterno. Estará sempre nos nossos corações e nas nossas lembranças. O homem da montanha de prata, acima do céu e do inferno. Um arco-íris sempre surgirá na escuridão todas as vezes que sua voz e sua música abrir aquele portal mágico, repleto de anjos, demônios, dragões, fadas, elfos...


DIO, YOU ROCK!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ZZ TOP RULES!

Saudações a todos! Viramos mais uma década e nada melhor do que ver que há coisas que são mesmo como o vinho: quanto mais o tempo passa, melhora. Tudo bem que isso é um baita clichê, mas todos os clichês são válidos ao lembrar e comentar bandas maravilhosas que assim como as citadas no texto anterior, viram páginas, décadas e suas canções continuam sendo as mesmas.

Uma delas é o ZZ Top, que vem ao Brasil varonil em 2010. Ao ver o "Storytellers" na VH1 me deparei com um belo exemplo de autenticidade e atitude raríssimas nos dias de hoje. Para quem não conhece, o programa é um misto de show com programa de auditório onde a banda conta sua história e entre uma música e outra, é entrevistada pelos fãs da platéia. É o mesmo que você matar três coelhos com uma só porrada.

Enquanto assistia o ZZ Top e ouvia seus clássicos, imediatamente deu aquela vontade de descer a rua e correr pro bar, não um boteco português vendendo moela verde ou ovo amarelo e sim aqueles onde a gente pode ouvir música boa e beber uma bela cerveja. O som deles é a trilha sonora perfeita esperando por um pub enfumaçado, tipicamente rock and roll. É o tipo de música que faz despertar na gente aquele biriteiro clássico fácil de encontrar nos bares de estrada ou em qualquer bar rock cheios de imitações e arremedos de pubs americanos, camisas pretas, caveiras, couro, rebites e referências à Harley-Davidson. O cérebro de imediato responde fazendo você bater cabeça, ter vontade de ter uma bela loira (gelada ou quente, morena ou ruiva, não importa) numa mão e ter o "horns up" levantado na outra.

Tudo que é bom dura pouco, principalmente na televisão. Com o fim do programa fui zapear e me deparei, nos canais ditos "de música" com os mesmos rappers marrentos, emos e bandas indies chatas pra cacete. A pergunta que fiz a mim mesmo faço a vocês: por onde anda aquela atitude tá bem representada no ZZ Top? Por onde andam os provocadores? Aonde estão os bons músicos e as belas canções? Porque o que se vê na maior parte do tempo, são imitações baratas de atitude de shopping center, cuspidores de notas por segundo ou músicos medíocres incapazes de fazer algo decente. Que bom que esses velhinhos com idade para serem avós que fazem você bater cabeça, se arrepiar e sentir o poder e a força do bom e velho rock and roll.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

DOUTORES DINOSSAUROS

O ano de 2009 vai ficar marcado como o grande ano dos dinossauros. Ver gigantes como AC/DC, Kiss, Rush, Black Sabbath (tá, Heaven and Hell, que seja!) e até o Sir Paul McCartney nos palcos, lotando arenas, levando multidões como no tempo em que eram jovens e tocando com muito vigor nos faz crer que há esperança no fim do túnel.

Os mesmos dinossauros citados acima entraram em estúdio e gravaram álbuns bem acima da média. Muitos podem dizer, principalmente em relação ao Kiss e ao AC/DC que eles fazem a mesma coisa de sempre, não mudam, mas vamos ser sinceros: há necessidade de inovação? Em time que está ganhando não se mexe. Ainda mais quando esses times estão em campo há mais de trinta anos.

Todos já sabem o que esperar das grandes bandas e seus shows: é o sino e "Hells Bells" no palco do AC/DC, aquele monte de parafernália pirotécnica no show do Kiss, Ronnie Dio fazendo "horns up" imortalizado por ele mesmo nos shows do Sabbath, é o Lemmy com o pedestal lá no alto com seu rickenbacker no talo despejando graves na cabeça dos bangers e tocando "Ace of Spades". Mas ainda repito a pergunta do parágrafo anterior a você, na esperança de que sua resposta seja igual a minha. Se for, é um bom sinal de que há ainda pessoas nesse mundo que ainda gostam de boa música, feita com alma, energia e rebeldia.

Ver os doutores dinossauros em cena é uma verdadeira aula de rock. Ainda mais hoje em dia, em que muitas bandas precisam voltar à classe de alfabetização musical. Já estava mais do que na hora dos bons velhinhos entrarem em cena e mostrarem aos novatos não só com quantos paus se faz uma canoa e sim, com quantos acordes e atitude se faz um excelente rock and roll.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

ADEUS, DALBORGA!

Depois do Lombardi, mais uma voz do nosso Brasil varonil se cala. Luiz Carlos Alborghetti faleceu nesta quarta feira à tarde em Curitiba, aos 64 anos, vítima de câncer no pulmão. Paulista de Andradina, morava há mais de 20 anos na capital paranaense, foi apresentador de programas de rádio e TV durante 30 anos. Atuou como deputado estadual pelo Paraná por 16 anos, além de ter sido vereador de Londrina por 5 anos. Atualmente, trabalhava na Rádio Colombo e seus programas eram transmitidos via internet, a mesma que fez crescer ainda mais sua popularidade através de vídeos postados no you tube dos tempos em que apresentava o "Cadeia" na TV.

Alborghetti era o mestre. Lembro de ter visto ele pela primeira vez na TV quando seu programa "Cadeia" passou em rede nacional por um tempo. Seus bordões, seus ataques e acessos de fúria descontrolados contra a maldita corja de políticos corruptos e sem caráter, bandidos, vagabundos e canalhas tinham sim sua excentricidade, mas não deixava de ser a mais perfeita representação da indignação de muitos brasileiros cansados de tanta impunidade. Vale a pena por os bordões aqui. Eu vibrava como se fosse um gol quando ele disparava: "Não tem que construir mais cadeias! Tem que construir mais cemitérios!"; "Tá com pena dele? Leva pra tua casa! Põe pra dormir na tua cama!", "Foi pro colo do capeta!", "Peidou pra muzenga", "Bandido bom é bandido morto". Dalborga quebrava fax, telefone, batia com o cassetete que nem um louco, xingava a torto e a direito, mandava recado, não tinha papas na lingua. Ele botava mesmo pra fuder! A identificação foi imediata e desde então o tive como herói.

Com a internet, ficou mais fácil acompanhar o trabalho do mestre. Não me cansava de ver seus vídeos no youtube, reunir amigos e familiares pra ver e, ao mesmo tempo, me divertir e refletir sobre o que ele dizia. Não me arrisco a dizer que Dalborga (como nós os fãs carinhosamente o chamava) era a última reserva moral desse país. Infelizmente teremos muitos casos sujos de impunidade no Brasil. Mas daqui pra frente infelizmente não teremos o Dalborga revoltado pronto pra dizer tudo aquilo que a maioria das pessoas quer dizer, mas não teve coragem de assumir. Descanse em paz, Mestre!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

RINITES COTIDIANAS - CIRCUITOS FECHADOS

"Ele desvia das pessoas rapidamente em meio a hora do rush. Seu trajeto pela Carioca parece uma costura torta. Tentava sem sucesso fugir da multidão ou esbarrar nas pessoas, precisava chegar logo em casa. Seus pensamentos eram um turbilhão intenso de imagens, sons e sentimentos. Como um espasmo ou até mesmo uma intervenção divina, ele para no meio da Rio Branco e olha o relógio: 18:27. Mais três minutos e ela sai daquele prédio e vai pra casa, pensou. Como será que ela está? Com que roupa ela foi hoje? Será que pintou os cabelos? Reforçou as mechas? Que esmalte? Que sapato? Scarpin preto? E um novo furacão de lembranças quase sinestésicas o atormentava.

Tinha mais de dois meses que o relacionamento havia chegado ao fim mas, independente disso, ela nunca saiu de sua mente. Não importava o que fazia ou onde estava. Lembrava dos momentos quando passava pelos lugares em que estiveram juntos, nos bares ao ver casais - principalmente ao ver mulheres de tipos semelhantes ou mesma cor de cabelo - ao escutar uma música, independente de ser no ônibus, na tv, no trabalho ou na academia. Era sempre aquela lembrança, aquele perfume e o baque na boca do estômago.

Precisava de válvulas de escape. Era hora de mergulhar nas aventuras, na putaria. Frequentar inferninhos, cair na solteirice, tentar ser cafajeste. Tudo era válido: strippers, biritadas e filmes pornôs. Resolveu então procurar atrizes que em nada se pareciam com a ex. Mas a mente dava cãimbras, trapaceava: sempre aparecia uma garota semelhante àquele anjo do Andaraí. Filmes eróticos já não eram suficientes, as comparações eram inevitáveis, conhecia bem cada pedaço daquele corpo, inclusive as medidas exatas daquela escultura. Não fazia diferença se era loira ou morena, as 39 polegadas de quadril estavam sempre presentes. Sentia uma ponta de orgulho quando os amigos deliravam com alguma puta de catálogo online ou rasgavam elogios a alguma atriz pornô parecida com a sua ex-namorada. Quanto mais fugia, mais ela atormentava.

A agonia não parecia ter fim. Já não podia olhar aquele ensaio fotográfico com a gostosa do mês na internet, ou a mais nova capa de revista. Quanto mais ele fugia, mais ela assombrava. Não escutava mais Alice in Chains. Evitava a Cinelândia. Evitava sites eróticos. Evitava perfumarias, J'Adore, Nina Ricci. Não bebia mais Sex on the Beach. Evitava Flower Tucci, Alexis Texas. Cansado e ciente de que precisava de um subterfúgio para curar a ressaca amorosa com urgência, decidiu apelar pro velho serviço de acompanhantes e estava disposto a pagar uma quantia bem cara.

Passava das oito da noite quando entrou no prédio da Barata Ribeiro e foi direto ao sexto andar. Precisava aliviar sua tensão com uma profissional e teria uma hora para relaxar e esquecer o fantasma loiro que o perseguia. Monique o aguardava vestindo uma imitação de scarpin, meias 7/8, cinta-liga e lingerie. Tudo preto. Ao abrir a porta, soube como ela estava. Soube ao menos com que roupa esteve hoje. Mesmo scarpin. Mesmo perfume. Mesmas medidas. Mechas pretas. Esmaltes vermelhos. Nome diferente."