quarta-feira, 25 de março de 2009

METAL SURVIVE

A visita dos ingleses do Iron Maiden em diversas cidades brasileiras (Manaus, Recife e Belo Horizonte foram algumas delas), a vinda do Kiss, do Heaven and Hell - alterego do Black Sabbath com Dio e Appice - , os rumores da visita do Metallica e do AC/DC ao nosso país tropical no segundo semestre e os números lucrativos das vendas de álbuns e das turnês dos "dinossauros" metálicos fizeram reacender um interesse da grande mídia brasileira pelo heavy metal, aquele mesmo, que inclusive já foi tido como morto.

Enquanto o G1 apresentou uma lista de "15 discos para entender o metal", a Veja mostrou que mais uma vez o heavy metal compõe a trilha sonora dos tempos de crise. Se o G1 apresenta equívocos tanto sobre a origem do metal como o tal top 15, mesmo reiterando que suas fontes foram o aclamado documentário “Metal: A headbanger’s journey” e o livro “Sound of the beast”, a Veja, milagrosamente, faz um interessante parâmetro tendo como exemplo os contundentes e incisivos comentários do mestre Bruce Dickinson, rechaçando argumentos preconceituosos em relação ao head banger.

Mais uma vez, estamos vivendo uma crise, onde o horizonte e os prognósticos são bastante sombrios e as pessoas andam desesperadas, preocupadas com o futuro. Essas linhas poderiam muito bem estar numa letra de qualquer banda de heavy metal, independente do subgênero. De qualquer forma, heavy metal é, segundo Bruce Dickinson em entrevista à Veja,"a ópera da classe operária". Logo a classe que mais sofre nessas épocas.

É deveras interessante ver o heavy metal no foco da grande mídia novamente. Afinal, foram justamente os jornalistas e críticos musicais dos grandes veículos que durante os anos 90 insistiram na morte de um mundo que já passou dos 40 anos de idade, mas que continua firme e vigoroso como um garoto de 15 anos.

Link do G1 - http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL1041530-7085,00-G+APRESENTA+DISCOS+PARA+ENTENDER+O+METAL.html

Link da VEJA - http://veja.abril.com.br/110309/p_132.shtml

quinta-feira, 19 de março de 2009

ABOUT INCOMODAR

O instinto de sobrevivência aliado às necessidades de adaptação, as ideias de Darwin e sua seleção natural, o trânsito caótico e o calor infernal do Rio de Janeiro, a linha 2 do Metrô na hora do rush, as caras horrendas que as pessoas faziam quando eu escutava em alto e bom som death metal, as piadinhas infames, a indiferença pro mundo, as bebidas baratas e os junkie foods digeridos madrugadas afora - mais conhecidos como podrões - , que hoje em dia você não é capaz de oferecer ao amigo mais "die hard", me fizeram reconhecer uma coisa: o que não mata, fortalece. E se você sobreviveu é porque vaso ruim não quebra.

Se você acha que o parágrafo acima é pobre, repleto de clichês e a narrativa é patética, não liga, tem muita, mais muita gente na (sub)literatura brasileira ganhando rios de dinheiro com isso. Além do mais, deixa eu jogar pra fora a vontade de incomodar. Se você perdeu tempos lendo Paulo Coelho ou livros de autoajuda (essa nova ortografia tá difícil de aturar) dizendo que devemos descobrir e seguir nossa missão na vida, você já sabe muito bem qual é a sua, meu caro amigo: incomodar! E olha só, resumi em algumas linhas o que um imortal da ABL faz há anos e não aprende! Que pena não ser puta, nem mago, nem pastor, nem intelectuerda...

Incomodar é o grande lance. Descobri isso já tem uns anos. Mas isso deve ser genético, afinal, quem nunca encheu o saco do irmão só por diversão? Sem mais delongas, ninguém melhor do que o falecido e genial escritor gaúcho Caio Fernando Abreu pra resumir: "E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda!"

quarta-feira, 18 de março de 2009

NOVIDADES EM EXTINÇÃO

Faz alguns meses mas lembro como se fosse ontem. Estava pilhado pra comprar um mp3 player de maior capacidade, assim como queria caçar um cd player, discman, o que fosse, pra escutar meus CDs. Saí do meu trabalho com o trajeto e o roteiro mais do que pronto na cabeça. Nada melhor do que pesquisar preços perambulando pela cidade.

Cheguei no Edifício Central na Rio Branco e perambulei vários andares em busca dos tais mp3. Era "iPobre" pra tudo que era gosto. Eu aproveitava sempre o ensejo e perguntava por curiosidade se vendiam ali "discman" que lesse arquivos em mp3, já que o de lá de casa estava morto e jogado num canto. As respostas eram sempre negativas.

Desci até a Uruguaiana, conhecida como o maior shopping popular do Rio mas que pra mim é o melhor e mais barato "shopin centis" do Brasil varonil! E acreditem, até lá o discman está em extinção. Logo lá, onde depositava minhas últimas esperanças. Cheguei em casa com os preços e, por curiosidade, fui pesquisar na internet se ainda havia rastros de discmans: "sua pesquisa por discman não encontrou nenhum resultado".

Gostaria muito de comprar CDs e ouvir no aparelho como se fazia antes. Mesmo que eu compre, vou ter que compactar tudo e jogar no mp3 player e fazer do mais novo CD comprado na praça, artefato de decoração na minha estante. Percebi que a indústria dificulta o simples ato de ouvir CD. Será que o CD vai ter o mesmo fim dos vinis? Será que o sol carioca fez mal durante aquela caminhada?

Ah, comprei o mp3 player na Rua do Rosário e com o troco deu pra comprar uma casquinha e voltar pra casa. Feliz da vida!

terça-feira, 17 de março de 2009

CAÇA ÀS BRUXAS DIGITAIS



O site de relacionamento "orkut", administrado pelo Google, perdeu nesta semana a sua maior comunidade, "Discografias", com mais de um milhão de associados. De quebra, as comunidades relacionadas "Trilhas Sonoras de Filmes", "Trilhas Sonoras de Novelas", "Coletâneas (V.A.)" e "Pedidos, Dicas/Dúvidas" entraram também na lista negra e saíram do ar. Segundo os moderadores, o motivo do fim das atividades foi devido às ameaças que estavam sofrendo dos órgãos de defesa dos direitos autorais que recebem total apoio das grandes gravadoras.

Nota-se claramente que após o fim da comunidade, o processo contra o pirate bay na Suécia, a insistente campanha das gravadoras contra a pirataria - que por sinal é um equívoco que vale ser comentado depois -, os projetos de criminalização dos downloads, o fim de canais no You Tube e até (contraditório, né?) a criação de perfis e canais no mesmo e no My Space são uma espécie de "caça às bruxas digital".

Não é necessário dizer aqui que isso é apenas um paliativo, já que a troca de arquivos e as diversas fontes, blogs e links, sem contar nos programas como emule, lime wire e tantos outros vão continuar. A indústria fonográfica vai continuar insistindo nessa queda de braços, cientes de que estão falindo. O que serve de oxigênio e alicerce para elas é a grana.

Aqui se faz, aqui se paga. Eis um ditado velho e muito sábio. As grandes corporações que no passado se achavam invencíveis e eternas detentoras dos direitos e das músicas, que lançavam e tabelavam o preço de acordo com o que era conveniente e lucrativo para elas, agora preparam uma nova inquisição, uma temporada de caça às bruxas, com o objetivo de proibir a troca de arquivos, o acesso às mais variadas formas de cultura e vão gastar o que for possível para ter de volta todo o poderio de outrora. Sinceramente, a internet e suas facilidades são um caminho sem volta.

quarta-feira, 11 de março de 2009

INVENÇÕES INCONVENIENTES

Certas invenções tecnológicas vieram pra facilitar e trazer mais conforto para a nossa vida. O grande problema é que há muitas pessoas utilizando os novos brinquedinhos digitais de modo errado. Se você pensou em ficção científica, bombas nucleares, Dr. Evil, Dr. Robotnik (alguém lembra disso?), guerras e laboratórios, esquece. Estou falando dos celulares de mil utilidades ou, melhor dizendo, dos donos inconvenientes das maquininhas.

Hoje em dia qualquer idiota tem um celular. E agora eles tocam música. Pra piorar a situação, os acéfalos que perambulam os coletivos (ônibus, trens, metrôs, barcas, diligências...) são desprovidos de educação e bom senso. Esqueceram de avisar ao débil mental sem noção que existe uma invenção já antiga chamada "fone de ouvido" que com certeza veio junto ao celular no momento da compra dessa arma de destruição de sossego alheio. Porra, custa pôr um fone ao escutar a bosta do funk, do sertanojo, do mantra gospel, do cacete a quatro que você acha que é música? Ninguém é obrigado a escutar o que você gosta!

A situação anda crítica. Volta e meia aparece um demente ouvindo aquele "proibidão" achando que tá na espelunca dele e, pior, acha que "tá abafando" no recinto. Isso quando num pendura no pescoço, indo direto no ouvido da pessoa que está sentada e cansada após um dia de trabalho. (por incrível que pareça, vi isso no 729, no Rio) Porra, se toca né? Nunca ouviu falar em "semancol"? Provavelmente não, visto em consideração a bosta que eles insistem em "dividir" com os outros passageiros comprova a falta de massa encefálica produtiva, o que acarreta esse tipo de desconforto nos outros.

A situação anda crítica. Parece não ter fim. O jeito é VOCÊ usar um fone de ouvido e ficar imune às idiotices alheias. Fiz isso e funcionou perfeitamente. É um antídoto sensato indicado para pessoas de bom senso.