quinta-feira, 19 de março de 2009

ABOUT INCOMODAR

O instinto de sobrevivência aliado às necessidades de adaptação, as ideias de Darwin e sua seleção natural, o trânsito caótico e o calor infernal do Rio de Janeiro, a linha 2 do Metrô na hora do rush, as caras horrendas que as pessoas faziam quando eu escutava em alto e bom som death metal, as piadinhas infames, a indiferença pro mundo, as bebidas baratas e os junkie foods digeridos madrugadas afora - mais conhecidos como podrões - , que hoje em dia você não é capaz de oferecer ao amigo mais "die hard", me fizeram reconhecer uma coisa: o que não mata, fortalece. E se você sobreviveu é porque vaso ruim não quebra.

Se você acha que o parágrafo acima é pobre, repleto de clichês e a narrativa é patética, não liga, tem muita, mais muita gente na (sub)literatura brasileira ganhando rios de dinheiro com isso. Além do mais, deixa eu jogar pra fora a vontade de incomodar. Se você perdeu tempos lendo Paulo Coelho ou livros de autoajuda (essa nova ortografia tá difícil de aturar) dizendo que devemos descobrir e seguir nossa missão na vida, você já sabe muito bem qual é a sua, meu caro amigo: incomodar! E olha só, resumi em algumas linhas o que um imortal da ABL faz há anos e não aprende! Que pena não ser puta, nem mago, nem pastor, nem intelectuerda...

Incomodar é o grande lance. Descobri isso já tem uns anos. Mas isso deve ser genético, afinal, quem nunca encheu o saco do irmão só por diversão? Sem mais delongas, ninguém melhor do que o falecido e genial escritor gaúcho Caio Fernando Abreu pra resumir: "E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda!"

Um comentário:

Fernando Silva disse...

Cara, a nossa arte de incomodar talvez seja a mais escrota de todas, afinal, não seguimos dogmas, somos contras rótulos 'society' e que se fodam quem não pensa igual a nós. fazemos nossa parte sempre cutucando nossa belissima sociedade.