Destile todo seu ódio através da caneta. Todo aquele inconformismo, toda raiva, aquela carga acumulada. Um grito sufocado, uma resposta ou palavra não dita, uma frase mal interpretada, o soco esquivado, o cuspe desviado. Sempre tem uma pedra no meio do caminho que precisa ser chutada. Sempre surge aquela “persona” inconveniente a ser premiada com uma vulgar exibição de violência.
Eu encontrei nas palavras a minha arte marcial e a língua é o meu canivete. Descobri que as palavras são tão cínicas quanto singelas. Como sempre acreditei piamente no fato de que todo texto escrito é passivo de interpretação, fiquem á vontade. Sei que tenho a liberdade cínica de dizer: “mas não foi isso que eu quis dizer”!
Encontre a face a ser batida. O discurso a ser violado. Se alguém verá não importa, como também não importa como você atingirá ou o que será dito ao seu alvo. O que vale é atingir, incomodar, irritar. A válvula de escape é um bom remédio pra curar certos carcinomas. Todo mundo vive sua via crucis e necessita de catarse.
Lave a alma, respire fundo, tome um drink. Então, destile todo seu ódio na ponta das mãos, das línguas, das canetas... Mas sempre tome cuidado pra não acordar a vizinhança. O silêncio também vale como resposta.
Um comentário:
Já dizia um ditado popular: "uma palavra dói mais do que um soco."
É vero, meu caro Watson!
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